transportes e trânsito - é possivelmente um dos maiores problemas urbanos, principalmente nas áreas mais antigas das cidades, em que as ruas estreitas e tortuosas, anteriores ao séc.XIX, não escoam o trânsito, com realce para as horas de ponta. Engarrafamentos, lentidão (pára/arranca), nervosismo, cansaço, são as consequências diárias do trânsito caótico que a maioria das cidades alcançou. Relacionado com esta situação há ainda a questão do estacionamento, já que as cidades dificilmente respondem a esta necessidade. Os transportes públicos são muitas vezes poucos para as necessidades e a qualidade dos mesmos não é competitiva com o carro particular.
Poluição - Tanto a poluição atmosférica como a poluição sonora são dois terríveis problemas que as cidades da actualidade têm de enfrentar. As chaminés de algumas fábricas (embora cada vez menos), os escapes de imensos veículos e outras tantas fontes poluentes, tornam a atmosfera urbana, muitas vezes, irrespirável. Além destas formas de poluição, convém igualmente não esquecer os lixos urbanos (domésticos, industriais e hospitalares) e os esgotos que, frequentemente, poluem os cursos de água. Os lixos urbanos apresentam um duplo problema: retirá-los das vias públicas de modo a mantê-las limpas e dar destino (correcto) às centenas de toneladas produzidas diariamente por uma cidade.
Problemas sociais - Uma das razões do elevado crescimento urbano é a atracção que as cidades provocam nas populações de áreas rurais. Contudo as cidades não conseguem acomodar nem empregar todas essas pessoas que procuram na cidade a "ilusão" duma vida melhor. Forçados a sobreviverem e algumas vezes sem mais nenhum local para irem, surgem então os bairros de lata, sem condições, o desemprego, a carência de habitação, a promiscuidade, os assaltos, a droga, a prostituição, a delinquência juvenil, o alcoolismo, a desagregação familiar... e outros mais problemas. Estes males, que não escolhem raça, sexo, religião, ou nacionalidade, afectam sobretudo certas minorias (étnicas, raciais e culturais) que ficam em situação de exclusão social e levam algumas vezes a casos de racismo e xenofobia.
Abastecimentos - As cidades são centros de consumo por excelência e no seu interior pouco se produz, pelo que a maioria dos bens e produtos têm de vir do exterior e chegar aos centros consumidores a "tempo e horas". Dito por outras palavras, todos nós gostamos de comprar produtos frescos, mas estes não são produzidos nas cidades, pelo que se torna necessário criar condições para que eles cheguem atempadamente aos locais de venda, sem que, por exemplo, fiquem "presos" no trânsito urbano. Convém ter presente que na questão dos abastecimentos, não estão apenas os produtos alimentares (tais como leite, frutas, legumes, peixe, etc...), mas também água potável e energia.
Infra-estruturas - Com o crescente aumento das populações urbanas, as infra-estruturas construídas rapidamente ficam ultrapassadas e sem meios de satisfazer as necessidades urbanas. Consideram-se nestas infra-estruturas as redes de abastecimento de água e electricidade, as redes de escoamento de águas (esgotos), os cabos de comunicações, e até a dimensão das vias de comunicação (estradas). A maior parte destas estruturas foi feita para servirem um determinado número de habitantes que, rapidamente é ultrapassado. Deste modo, surgem com alguma frequência cortes de electricidade, falta de pressão nos canos de água, dificuldades em fazer chamadas telefónicas, e canos de esgoto que rompem, pois não aguentam a pressão elevada de água que neles circula. Como consequência, assiste-se cada vez mais a obras de beneficiação destas infra-estruturas, de modo a podê-las ter a funcionar correctamente, para um cada vez mais elevado número de habitantes citadinos.
Espaços verdes - O crescimento das cidades leva à destruição de vegetação para poder haver espaço para a construção de variados edifícios e vias de comunicação. Como tal, começam a existir cada vez menos espaços verde nas cidades e, eles, são um bem muito precioso, pois além de ajudarem a renovar e purificar o ar, são igualmente áreas de descanso e lazer.
Equipamentos urbanos - Neste caso estão incluídos creches, hospitais, lares de idosos, escolas.... e as situações problemáticas são completamente opostas: ou há cidades que têm falta deles, ou há excesso de pessoas para os mesmos. Por exemplo, devido (em parte) à diminuição da natalidade, há muitas escolas que são forçadas (por razões económicas) a encerrar, forçando os (poucos) alunos que as frequentavam a irem para outras escolas, só que esta situação vai originar estudantes a mais nas escolas para onde são obrigados a ir.
Doenças - A vida para um citadino não é muito folgada. dum modo geral poder-se-á dizer que ele é um escravo do relógio... sempre a tentar cumprir horários, sempre a tentar chegar a horas para apanhar um determinado meio de transporte.... as situações de nervosismo e ansiedade que se vivem no trânsito das cidades (principalmente em horas de ponta), levam imensas vezes a situações de saturação e de stress. Isto pode ser o suficiente para originar outro tipo de doenças. A vida demasiado agitada também provoca, inúmeras vezes, a que haja falta de tempo para preparar refeições adequadas, ou mesmo para saborear e digerir convenientemente as refeições. Deste modo, muitos habitantes urbanos optam por refeições pouco saudáveis, pouco adequadas (em nutrientes) e, principalmente, que sejam rápidas (quer no tempo de espera das mesmas, quer no consumo)... entrou-se na era das fast food. A má alimentação, o pouco exercício físico e a saturação, o stress e ansiedade, podem ser as causas mais prováveis de doenças cardiovasculares, obesidade, esgotamentos. Algumas formas de poluição, como a atmosférica e a sonora, também podem conduzir a doenças respiratórias (como a asma) e a perturbações psíquicas.
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